A regeneração da humanidade

A regeneração da humanidade

Em conversa amigável com amiga que compartilha dos ideais espiritualistas, apesar de não ser espírita, divagávamos sobre pensamentos que são comuns, em todo aquele que de alguma forma cultua seu Espírito, em oposição aqueles que seguem as ideias materialistas. Em verdade, esta é uma conclusão que há tempos faz parte de minhas crenças, mas, como toda crença, é algo que faz parte de nós, ou como diz Ortega y Gasset, “as ideias se têm; nas crenças se está”. (ORTEGA. 1940, p.13)
Todo ser, a partir do momento que descobre certas verdades, passa a não ter mais prazer em certas coisas do mundo. Dito de outra forma: ao descobrir que a maioria das coisas oferecidas pelo mundo não passam de ilusões, futilidades, ou simples coisas que nos são dispostas, muitas vezes com o intuito de nos distrair do verdadeiro sentido da vida; passamos a não querer mais, ou não sentir prazer, como a maioria dos seres viventes, em compartilhar de práticas, festividades, ou ainda de companhias, empenhadas em buscas de prazeres menos construtivos. Mais ainda: passamos a nos isolar do mundo de certa forma, buscando momentos de culto ao espírito e as coisas que podem elevá-lo aos céus, primando pela instrução sadia, o estudo das coisas sérias, e a oração como prática de toda hora, sendo oração não apenas o que se entende por oração, mas a elevação dos pensamentos a todo momento, conectados com a espiritualidade superior, em busca de inspiração e boas intuições.
Como dirigente de um centro de Umbanda, afirmo que muitas pessoas hoje estão despertas para esta realidade, outras estão em vias de despertar, vivendo momentos de lucidez, mas ainda apegados as coisas do mundo; e outras ainda que não demonstram vontade – este um fator indispensável nesta conquista – em querer deixar as coisas do “velho mundo”, e despertar para os ideais do novo mundo de regeneração moral. Por certo ainda estamos todos vivendo o mundo de provas e expiações, mas já demonstramos, alguns de nós, o empenho no bem e a vontade inquebrantável de regenerar-se.
Muitas pessoas confessam se sentir deslocadas, como que vivendo uma realidade paralela, outras até se perguntando se são elas o problema, pois sentem não fazer mais parte deste “velho mundo”, onde presenciamos a degeneração total da humanidade, das velhas instituições religiosas e dos governos, parecendo que estamos as vésperas do apocalipse; e perguntam então, o que está acontecendo? Poderíamos responder, em se tratando das pessoas que, sem dúvida, e de alguma forma, estão, sim, despertando para a nova era. O que acontecerá daqui a pouco? O mundo entrará em colapso? Sinceramente não sei, e creio que todo aquele que diga saber – salvo se não pertença ao mundo dos vivos – estará apenas colocando uma ideia, nada além disso.
Tudo que sabemos é que a regeneração da humanidade se dará com uma revolução moral, de baixo para cima, com a adesão voluntária e consciente de cada um de nós, em oposição a todas as revoluções fracassadas impostas pelos homens, até hoje. Cedo ou tarde, todos serão chamados, contudo, como sentenciou o mestre: “Porque muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”. (Mateus, XXII: 14)

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