Democracia relativa

Democracia relativa

Em meados de 2021, produzi um curso de Umbanda, nada sofisticado, nem algo estiloso, porém era algo produzido com esforço, dedicação e muito empenho. Havia publicado na plataforma de vídeos Rumble, uma plataforma não muito conhecida, mas ótima para publicar. Contudo, qual não foi minha surpresa quando fui acessar minha “playlist” de vídeos, para conferir o número de acessos e audiência, e me deparei com a seguinte frase na página inicial da plataforma: “NOTICE TO USERS IN BRAZIL: Because of Brazilian government demands to remove creators from our platform, Rumble is currently unavailable in Brazil. We are challenging these government demands and hope to restore access soon”. Traduzido: AVISO AOS USUÁRIOS NO BRASIL: Devido às exigências do governo brasileiro para remover criadores de nossa plataforma, o Rumble está atualmente indisponível no Brasil. Estamos a desafiar estas exigências do governo e esperamos restaurar o acesso em breve.
Sempre lutei muito pela liberdade, afinal, se não temos liberdade, não temos futuro. Mas, como havia dito a ministra do STF, a censura seria apenas até segunda, após o segundo turno das eleições presidenciais, então guardava esperanças em recuperar meu humilde curso.
Não tenho mais redes sociais há um bom tempo, a exceção do X (antigo Twitter), um microblog que mais parece uma praça pública, só que em formato digital, onde todos podem escrever o que quiserem, dar sua opinião, mas arriscam serem corrigidos pela própria comunidade, que pode corrigir ou denunciar algo duvidoso, ou inverossímil a qualquer momento. Gostava muito da plataforma. GOSTAVA. A meia-noite do dia 31 de agosto deste ano, o ministro do STF Alexandre de Moraes, ordenou que a plataforma fosse banida do Brasil, prejudicando seus quase 22 milhões de usuários, inclusive eu, fazendo com que o Brasil entre para lista dos países “democráticos” que não tem acesso à plataforma mais livre do mundo, a exemplo da China, Rússia, Irã, Coreia do Norte e Turcomenistão.
Ideologia é algo que todos temos, mesmo aqueles que dizem não ter, afinal, ideologia é algo que você coloca como alicerce para todos os posicionamentos que tenha. Alguns colocam “igualdade”, outros “liberdade”, e assim por diante. Prefiro a liberdade.
Estamos prestes a cruzar uma linha sem volta. O ponto que delimita este divisor de águas está a poucos metros de distância. A tal de “democracia relativa” já está em funcionamento, e a poucos passos deixará de ser relativa para se consolidar no sonho dos integrantes do Foro de São Paulo: “resgatar na América Latina o que foi perdido no leste europeu”. Já estamos no chamado eixo do mal, aliados a ditaduras como da Venezuela, China, Rússia, e o que não dizer daquela foto de nosso vice-presidente Geraldo Alckmin, ao lado do número 1 do Hamas, no Irã. São estes nossos aliados e amigos, todos vivendo suas “democracias relativas” e colocando o Brasil como mais um anão diplomático.
Se não houver um despertar de todos, independente de ideologia política ou religiosa, para resgatar nossa liberdade, daqui a pouco será tarde, e a história comprova que uma vez perdida, não será recuperada tão facilmente. Afinal, qual será o país que queres deixar a teus filhos e netos?

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