A Tenda de Umbanda Xangô 7 Raios
A Tenda de Umbanda Xangô 7 Raios é um Templo Umbandista, inaugurado em 15 de novembro de 2001, na cidade de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, por iniciativa de Andréia de Xangô e Michael de Oxalá. Após sua inauguração no referido ano, transferiu-se para a cidade de Arroio do Sal, litoral norte gaúcho, no ano de 2004 – por ocasião da mudança da família para a referida cidade, onde se instalou e continua suas atividades até os dias atuais.
A Tenda prega e pratica uma Umbanda totalmente caritativa, baseada nos ensinamentos de Zélio Fernandino de Moraes (médium fundador da Umbanda), com sessões públicas de atendimento fraterno com passes e consultas com os Guias de Umbanda, através do mediunismo. Tem como Guia Chefe o Caboclo Xangô 7 Raios, e como médium chefe Andréia de Xangô, atual dirigente da Tenda.
Quanto aos objetivos da Tenda, deixamos pela descrição dos próprios Espíritos que trabalham na Tenda, segundo psicografia recebida:
(. . .) Até aqui, descrevemos um pouco desta casa de caridade, que por ser dirigida por seres humanos encarnados, apesar de ter o nosso auxílio e intervenção direta, cientes de que os Espíritos atuantes no orbe do planeta Terra também são Espíritos em evolução, sempre será passível de erros. Ademais, o que seria de todos nós se não errássemos? Tudo isso faz parte do aprendizado nesta grande escola chamada vida. E creiam, como disse André Luiz no livro nosso lar:
“A vida não cessa. A vida é fonte eterna, e a morte é o jogo escuro das ilusões. O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o oceano eterno da sabedoria”. (André Luiz, 1944, p.13)
A missão da Tenda Xangô 7 Raios, muito além de sua parte caritativa, de acolhimento e alívio dos sofrimentos humanos, é a de esclarecer e educar os encarnados e desencarnados, para entenderem as verdades maiores, no que concerne a imortalidade do Espírito a luz dos ensinamentos cristãos; aprendam a aprender, deixando de se guiarem pela heteronomia e se tornem autônomos, assim se regenerando moralmente e rumando à sua própria evolução. Sabemos nós, que talvez esta proposta seja um pouco ousada no tocante a autonomia. Vivemos tempos confusos, onde a maioria dos encarnados parece precisar de alguém lhes dizendo o que e como fazer algo. Ora, não concebemos que possa haver progresso do Espírito se não houver escolha, cada um pensando por si, com opiniões próprias, desenvolvendo seu livre-arbítrio e então evoluindo intelecto moralmente, e assim, consequentemente, progredindo na escala evolutiva do espírito.
O aconselhamento dos Espíritos, ou do oráculo de um sacerdote, é apenas um auxílio, nunca uma sentença. A decisão final, sobre os rumos de vossas vidas, pertence somente a vós mesmos. As religiões tradicionais têm sustentado que seus fiéis devem ser submissos, obedientes aos seus dogmas e supostos “fundamentos”, pois se assim não forem, estarão submetidos aos castigos divinos. Todavia, a base filosófica da Umbanda apoia-se no espiritismo, que por sua vez, acredita na transformação do mundo pela superação do mal, com uma adesão voluntária e consciente de cada ser humano. Nesse sentido, acreditamos e colocamos como meta aos confrades encarnados e desencarnados da Tenda, uma revolução moral apoiada na autonomia, como fonte de progresso para todos.
Acreditamos na educação como forma de ascese espiritual e intelectual, primando para haver um empenho nesse sentido. Estudar deve ser um hábito para todo aquele que se diga médium de Umbanda, pois nós, os Espíritos, que precisamos de vossa mediunidade para expressar nossos pensamentos, por vezes temos extrema dificuldade em fazê-lo, pelo fato de não encontrar no médium os subsídios necessários para tal. Ademais, não é possível a qualquer pessoa fazer uma leitura de mundo e da realidade se não possui os conhecimentos necessários. Dentre estes conhecimentos, um domínio mínimo da ciência espírita e a ciência do magnetismo são indispensáveis para o trabalho mediúnico, aliado a bons conhecimentos de psicologia empírica.
No tocante a parte religiosa da Tenda, buscamos uma corrente mediúnica forte e coesa, esclarecida quanto a doutrina, com uma fé racional, a fim de atender as necessidades do povo sofrido e carente, para trazer alento, esperança e fé em dias melhores, através do atendimento fraterno, aliado aos benefícios do passe e demais trabalhos que os Guias de Umbanda realizam, seja pela mediunidade ou exclusivamente no mundo espiritual.
Quanto a preparação dos trabalhadores da seara umbandista, afirmamos que os rituais preparatórios e de reforço das energias de cada ser são importantes, entretanto, se não forem conjugados aos estudos e uma vontade sincera de servir, tornam-se ineficazes. Ainda sobre preparação de médiuns, guardamos a convicção de que, apesar da falta de material humano, urge surgirem pessoas com vocação e qualidades morais para a tarefa de sacerdotes, empenhados na tarefa do bem e que levem o nome da Umbanda desinteressadamente adiante, para as novas gerações. Nesse sentido, esclarecemos: sacerdócio não é o mesmo que a imposição de abrir um novo templo, sendo esta opção escolha do novo sacerdote; mas sim, professar o credo umbandista, estando apto a realização dos sacramentos e atendimento em qualquer situação, além de ser um profundo conhecedor da doutrina e todas as minúcias rituais, pronto a qualquer embate retórico.
Assim sendo, acrescentamos apenas que aliado ao descrito, soma-se todas as atividades normais de um terreiro de Umbanda, sendo que algumas delas competem exclusivamente aos sacerdotes, outras a eles em conjunto com toda corrente mediúnica, sempre visando o bem, a caridade e a fraternidade; tudo para sermos aprovados e abençoados pelo nosso Criador, Deus.
Repórter A Noite